Amanhã é o dia D. Isso mesmo, dia em que estarei indo para o penúltimo ano de minha vida como estudante de ensino médio. Próximo passo? O último ano. Passo seguinte? Faculdade, paraíso, local até o momento utópico, que sei que existe e é perfeito, mas ainda inalcançável.
É onde irei conhecer pessoas diferentes, e o mais
importante, pessoas diferentes irão me conhecer. Por que estou tão animada para
isso? Bom passe sua vida inteira estudando na mesma escola, com praticamente as
mesmas pessoas, que você terá sua personalidade marcada para sempre.
Sabe aquele
deslize que você cometeu na pré-escola? Aquele pequeno deslize, quando você
ainda está se acostumando a ficar sem frauda, e você por algum motivo fica
nervosa e faz xixi nas calças no meio do parquinho? Isso nunca será esquecido,
mesmo que nessa época você mal tivesse cinco anos. E sabe aquela vez que você
tenta impressionar o garoto que gosta com suas habilidades radicais inexistentes no skate, e
cai de cara no chão na frente de todos. Isso jamais será esquecido, ao contrário,
sempre será lembrado, principalmente nos momentos menos oportunos. E se você é
o desastre e desatenção em pessoa – o que eu sou – você terá uma coleção de
pequenos momentos que te definem como a desastrada da turma. E isso pode até
ser engraçado e ‘legalzinho’ dos 0-10 anos, mas aos 16, quando você quer
impressionar aquele gatinho em especial, isso é um saco.
Bom
no domingo anterior ao inicio das aulas, eu, Cris e o Beto fomos ao shopping
para desfrutar dos últimos segundos das férias e aproveitei para comprar uma
mochila nova, que estou enrolando para escolher. Sério. Sou daquelas quase
psicopatas com materiais novos de escola. Tem gente que gosta de Hello Kitty,
tem gente que gosta de chocolate e tem pessoas como eu que não acha que existe
coisa melhor do que comprar os materiais escolares. Faço questão de escolher
cada lápis de escrever, mesmo que na maioria das vezes use lapiseira. Cris não entende.
Ela deixa a mãe dela comprar junto com o material dos irmãos menores. Eles eu
entendo, não sabem nem falar direito, mas ela e seu desapego com tudo chega
até ser irritante. Ainda bem que o Beto me compreende. Alias, não seria exagero
dizer que ele é mais psico que eu. Esse ano me fez prometer mandar foto de cada caneta
para não termos nada igual. Aff, até para mim isso é demais. Mas como vocês
irão perceber, o Beto é assim. Exagero é seu nome do meio.
-
Mas você não tinha visto uma mochila lá na loja de surf logo que entramos de
férias? – Cris, falou impaciente.
-
Sim, mas aí vi outra na internet e fiquei em dúvida. Pesquisei mais e ainda não
decidi. São tantas opções. – digo na defensiva.
Nem
preciso dizer que perdi a discussão e acabei levando a mochila que tinha visto
três meses atrás. Ainda bem que ela ainda estava lá. Mas isso não foi nada.
Isso foi um detalhe num dia normal de shopping com os best’s. Adivinhem que mais estava lá? Bom, nem tem como vocês
adivinharem porque não falei dele para vocês.
Petrus.
Diferente, né? Ele é todo diferente. É o badboy do colégio. Mulherengo, meio
playboy. Tudo contra para uma pessoa como eu que me considero super esclarecida
deve se atrair. Mas quem manda no coração? Eu que não. Os únicos que sabem da
minha queda, ou melhor, do precipício pelo Petrus são meus amigos que acima citei.
Beto compreende a atração – inquestionável por assim dizer, com aqueles olhos
azuis, os cabelos pretos, o sorriso de matar... parei – mas diz que não é para mim.
Como se eu precisasse que me colocassem na real. Eu sei o que posso conseguir.
Já a Cris, detesta o Petrus. Ela com sua mania feminista reprova tudo que ele
fala e faz, e diz que estou sendo estragada pelos romances da Jane Austen e
os contemporâneos YA (Young Adults) que ando lendo com obsessão. Bom discordar eu
não discordo dela, nunca li livros bons de romances onde o mocinho e a mocinha
eram bonzinhos e perfeitos. Isso não dá romance. Perfeição dá tédio. E se não
tolero tédio nas minhas leituras como irei suportar na minha própria vida. Ou
seja, estragada para o amor totalmente por culpa dos livros.
Parando
de divagar sobre o dito cujo, Petrus, adoro escrever, dizer, gritar e sussurrar
esse nome. E não, não estou louca, só amando no escuro. Ok, parei. Não sou uma
adolescente romântica, não na maior parte do tempo, mas Petrus mexe comigo.
Voltando
ao shopping, estava eu na fila do cinema sozinha enquanto esperava meus amigos
trazem as pipocas e refrigerantes. Do nada sinto um toque nos meus ombros. Olho
para atrás assim como não querendo nada me dou de cara com o garoto dos meus
sonhos, o nome envolta dos corações que escrevo. Petrus.
-
Melina, não? – ele sabe meu nome. Ele sabe que me chamo Melina. Quem diria. Ele
nem é da minha sala, tem um ano a mais, é da sala do meu irmão, e apesar de
estudarmos na mesma escola há uns 14 anos, nem em um milênio achava que ele
sabia que eu existia. Morri.
-
Oh, S... Si... Si..m – respondo com dificuldade, e engolindo o chiclete que
mascava.
Agora
eu sei que era pelo chiclete, mas na hora achei que era nervosismo, palermismo
ou sei lá o que. A única coisa que entendia é que ele estava ali na minha
frente, falando comigo e eu não conseguia falar nada mais que sim. Na verdade
nem conseguia respirar direito. Já ficou sem conseguir respirar? É simplesmente
desesperador. Devo ter feito as caras e bocas mais feias da face da terra,
porque Petrus olhou para mim estranho e ficou perguntando se estava passando
algo. Nesse momento a Cris chega e como sempre está em sintonia comigo, entendeu o problema
sabe lá como, e me deu um “tapão” nas costas tão forte, mas tão forte que respirei novamente,
mas segundos depois vejo Petrus tirando algo do cabelo. O que seria? Se você
chutou chiclete, acertou. Da minha garganta direto para os cabelos negros e
sedosos do garoto dos meus sonhos.
-
Desculpa - Digo pegando o chiclete da mão dele e indo jogar no lixo. Quando volto
não tenho coragem de olhar para ele. Olho direto para meus amigos que estão lá
na maior gargalhada. Beto chegou, ficou sabendo do acontecido e achou a coisa
mais engraçada da face da terra. Só que não, né?
-
Isso foi tão Mel – disse Beto entre uma gargalhada e outra.
Era
disso que eu estava falando. Uma vez que sua reputação era criada, você tem que
deitar na cama e relaxar, porque nada irá mudar. E pelo jeito outra coisa que
não iria mudar era o meu status de relacionamento no facebook. Depois dessa
gafe, minhas chances de 5% - que pensei que tinha assim que ouvi meu nome sendo
declamado por aquela boca perfeita – foi para -1000% depois do chiclete babado no
cabelo do garoto. Se você acha que ser você é difícil, Mia*, tente ser a Mel
por apenas um dia.
Ah,
e nem pergunte qual o nome do filme que vimos, pois não sei, não prestei
atenção e tenho raiva de quem prestou, pois meu dia depois do incidente passou
de bom para ruim, e depois péssimo. Isso porque Petrus e a gatinha da vez (que
nem tinha reparado antes) sentaram na minha frente e se beijaram e gargalharam
durante TODO filme. Um dia péssimo para ser Melina Gouveia. Really, believe.
*Mia Colucci: personagem da
novela adolescente mexicana Rebelde que passou (e passa) no SBT e no Boomerang
na TV à cabo. Super recomendado. Sem preconceitos galera! rsrs
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Para ver as crônicas anteriores do Mundo da Mel basta ir na aba O Mundo da Mel ou clicar aqui.
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Você escreve realmente super bem! Te desejo felicidades nesses próximos passos da vida!
ResponderExcluirUm beijo, e parabéns pelo blog!
www.makeupageek.wordpress.com
Brigada pelo elogio.
ExcluirEspero melhorar mais e mais.
Visite sempre.
beijão
Sha
Oi Sha!
ResponderExcluirNão conhecia o Mundo de Mel ainda! Uau! você escreve super bem! Vou ler o resto qualquer hora dessas! :)
Parabéns, mesmo!!
Te indiquei para um TAG ok?
um beeijo Lara
http://meusmundosnomundo.blogspot.com.br/
Brigadinha Lara. Lê mesmo. Ando lerda pra escrever, mas vou tentar melhorar isso.
ExcluirUma tag? Que honra, vou lá ver pra responder!
beijão
Sha
Ps: mudou o template ou é impressão? tá tão lindo! ahha
ResponderExcluirNum é que mudei... mas tem um tempinho... bjo
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEntão, muita coisa da Mel é nada a ver comigo, mas essa parte desastrada sou eu, juro! kkkkk
ExcluirPessoas são fodas, sempre gostam de "tripudiar" da desgraça alheia. E as piores coisas sempre acontecem quando estamos acompanhadas.
Continue acompanhando aqui.
beijão
Sha
Oi Sha,
ResponderExcluirFiquei com dó da Mel...hahahha
Adoro as aventuras dessa menina. E você escreve muito bem.
Beijinhos,
http://minhacontracapa.com.br/
Thai, valei pelo elogio... e continue com a Mel que isso é apenas o começo.
Excluirbeijão,
Sha.